sábado, 30 de agosto de 2008

Navegue, descubra tesouros

Navegue, descubra tesouros,
mas não os tire do fundo do mar, o lugar deles é lá.
Admire a lua, sonhe com ela, mas não queira trazê-la para a terra.
Curta o sol, se deixe acariciar por ele,
mas lembre-se que o seu calor é para todos.
Sonhe com as estrelas, apenas sonhe.
Elas só podem brilhar no céu.
Não tente deter o vento, ele precisa correr por toda parte,
ele tem pressa de chegar sabe-se lá onde.
Não apare a chuva, ela quer cair e molhar muitos rostos,
não pode molhar só o seu.
As lágrimas? Não as seque, elas precisam correr na minha,
na sua, em todas as faces.
O sorriso! Esse você deve segurar, não o deixe ir embora, agarre-o!
Quem você ama?
Guarde dentro de um porta jóias, tranque, perca a chave!
Quem você ama é a maior jóia que você possui, a mais valiosa.
Não importa se a estação do ano muda,
se o século vira e se o milênio é outro,
se a idade aumenta; conserve a vontade de viver,
não se chega a parte alguma sem ela.
Abra todas as janelas que encontrar e as portas também.
Persiga um sonho,
mas não o deixe viver sozinho.
Alimente sua alma com amor,
cure suas feridas com carinho.
Descubra-se todos os dias,
deixe-se levar pelas vontades,
mas não enlouqueça por elas.
Procure, sempre procure o fim de uma história,
seja ela qual for.
De um sorriso para quem esqueceu como se faz isso.
Acelere seus pensamentos,
mas não permita que eles te consumam.
Olhe para o lado, alguém precisa de você.
Abasteça seu coração de fé, não a perca nunca.
Procure os seus caminhos,
mas não magoe ninguém nessa procura.
Arrependa-se, volte atrás, peça perdão!
Não se acostume com o que não o faz feliz,
revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças,
mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se perder um amor, não se perca!
Se achá-lo, segure-o!

A palavra que faltava

Havia uma mulher que amava as palavras.
Desde a meninice, elas exerciam sobre ela um grande fascínio.
Talvez por isso ela tenha aprendido a ler muito cedo.
Desejava decifrar aqueles sinais que preenchiam as páginas do jornal.
Gostava de apreciar a sonoridade das palavras.
Umas suaves, outras mais agressivas.
E de aprender o significado de cada uma delas.
Encantava-se em saber que as palavras têm o poder de representar o
pensamento humano e estabelecer a comunicação entre as pessoas.
Descobriu que existem palavras doces e perfumadas,
como flor, carinho, amizade, maçã.
Outras, tristes e angustiantes como lágrima, distância, saudade.
Algumas dolorosas como crime, fome, abandono, guerra.
Algumas alegres e descontraídas, como primavera, natureza, criança.
Verificou que existem palavras que soam como uma sentença de morte, como câncer.
Dá para imaginar o impacto que esse vocábulo é capaz de
causar nos ouvidos de quem a ouve?
Um dia, no entanto, ela ouviu dos lábios do médico que
acabara de examinar com muito cuidado uns raios-x, esta palavra e a achou muito feia.
Num momento, a paisagem se modificou, pareceu-lhe não haver mais luz,
embora ainda fosse dia.
O sangue lhe sumiu das faces, dando lugar a um suor gélido.
O coração tentou fugir a galope.
Ela se lembrou de que, tempos atrás, fora convocada para uma batalha pela vida.
Agora, outra vez lhe competia empreender a luta pela vida.
Fruto da ignorância, o medo, sempre oportunista,
se instalou e a insegurança a dominou.
O especialista foi lhe afirmando que havia muitas chances de melhora,
graças às mais recentes conquistas da medicina.
Mas ela nem conseguia mais prestar atenção.
A voz do médico parecia distante.
O cérebro dela desenhava paisagens sombrias, comprometendo o equilíbrio.
De volta ao lar, um tanto mais calma,
talvez inspirada por benfeitores invisíveis, ela se lembrou de orar.
Preparou sua alma para entrar em contato com Jesus e
lhe rogar as forças necessárias.
Enquanto orava, pareceu ver o azul do firmamento,
num cair de tarde, começando a salpicar de estrelas.
Dele se destacou uma luz radiante, abrangendo todo o espaço ao seu redor.
Alguém, de olhar sereno e sorriso cativante lhe estendeu os braços.
Caminhou em sua direção e um delicado perfume a envolveu.
Ela se sentiu aconchegar de encontro ao peito daquela criatura tão serena,
como se fosse uma criança amedrontada.
Uma nova energia invadiu todo o seu ser e, então,
como um canto divino ela ouviu dentro d’alma a voz melodiosa do mensageiro:
Filha, por que choras?
Entre todas as palavras que admiras, esqueceste a mais importante, a mais poderosa.
Ela se atreveu a perguntar: e que palavra eu esqueci, Senhor?
Ele se afastou um pouco, tomou o rosto dela entre
suas mãos e olhando-a com doce ternura, respondeu:
a palavra é fé! ............... Fé é a mola propulsora que
permite superar óbices e vencer obstáculos.
Fé é força motriz da alma que, assim alimentada,
vence os percalços e avança, vitoriosa.
Por esta razão é que o Mestre de Nazaré ensinou, um dia:
se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda,
direis a esta montanha: move-te daqui para lá e ela se moverá.
E a montanha que todos precisamos mover para avançar na estrada da vida,
chama-se dificuldade.

chrysca msg ,gifs