sábado, 8 de março de 2008

Vários conselhos práticos


GUARDA o teu pé, quando entrares na casa de Deus; e inclina-te mais a ouvir do que a oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal.
Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu estás sobre a terra; pelo que, sejam poucas as tuas palavras.
Porque, da muita ocupação vêm os sonhos, e a voz do tolo da multidão das palavras.
Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos: o que votares, paga-o.
Melhor é que não votes do que votes e não pagues.
Não consintas que a tua boca faça pecar a tua carne, nem digas diante do anjo que foi erro: por que razão se iraria Deus contra a tua voz, de sorte que destruísse a obra das tuas mãos?
Porque, como na multidão dos sonhos há vaidade, assim, também, nas muitas palavras: mas tu teme a Deus.
Se vires em alguma província opressão de pobres, e a violência em lugar do juízo e da justiça, não te maravilhes de semelhante caso; porque, o que mais alto é que os altos, para isso atenta; e há mais altos do que eles.
O proveito da terra é para todos: até o rei se serve do campo.
O que amar o dinheiro nunca se fartará de dinheiro; e quem amar a abundância nunca se fartará da renda: também isto é vaidade.
Onde a fazenda se multiplica, aí se multiplicam, também, os que a comem: que mais proveito, pois, têm os seus donos do que verem-na com os seus olhos?
Doce é o sono do trabalhador, quer coma pouco, quer muito; mas a fartura do rico não o deixa dormir.
Há mal que vi debaixo do sol, e atrai enfermidades: as riquezas que os seus donos guardam, para o seu próprio dano;
Porque as mesmas riquezas se perdem por qualquer má aventura; e, havendo algum filho, nada fica na sua mão.
Como saiu do ventre de sua mãe, assim nu voltará, indo-se como veio; e nada tomará do seu trabalho, que possa levar na sua mão.
Também isto é mal que causa enfermidades: que, infalivelmente, como veio, assim ele vai; e que proveito lhe vem de trabalhar para o vento,
E de haver comido todos os seus dias nas trevas, e de haver padecido muito enfado, e enfermidades, e cruel furor?
Eis aqui o que eu vi, uma boa e bela coisa: comer e beber, e gozar cada um do bem de todo o seu trabalho em que trabalhou debaixo do sol, todos os dias da sua vida que Deus lhe deu; porque esta é a sua porção.
E quanto ao homem a quem Deus deu riquezas e fazenda, e lhe deu poder para delas comer, e tomar a sua porção, e gozar do seu trabalho: isto é dom de Deus.
Porque não se lembrará muito dos dias da sua vida; porquanto Deus lhe responde na alegria do seu coração.





















































O seu anjo da guarda

Quem cuida de seu filho quando ele não está sob seus olhos? Você diz que, na escola, os professores são os responsáveis; que em seu lar, você tem uma babá igualmente responsável. Enfim, você sempre acredita que alguém, quando você não estiver por perto, estará de olho nele. Parentes, amigos, contratados à parte, há, também, uma proteção invisível que zela por seu filho. Você pode dizer que é seu anjo de guarda, seu anjo bom. A denominação, em verdade, não importa. O que realmente se faz de importância é esta certeza de que um ser invisível debruça sua atenção sobre seu filho, onde quer que ele esteja. E também sobre você. Não se trata de uma teoria para consolar as mães que ficam distantes de seus filhos longas horas. Ou para quem caminha só nas estradas do Mundo. Refere-se a uma verdade que o homem desde muito tempo percebeu. Basta que nos recordemos de gravuras antigas que mostram crianças atravessando uma ponte em mau estado, sob o olhar atento de um mensageiro celeste. Ou que evoquemos o livro bíblico de Tobias, onde um anjo acompanha o jovem em seu longo itinerário, devolvendo-o ao pai zeloso, são e salvo. É doce e encantador saber que cada um de nós tem seu anjo de guarda. Um ser que lhe é superior, que o ampara e aconselha. É ele que nos sussurra aos ouvidos: “Detenha o passo! Acalme-se! Espere para agir!” Ou nos incentiva: “Vá em frente! Esforçe-se! Estou com você!” É esse ser que nos ajuda na ascensão da montanha do bem. Um amigo sincero e dedicado, que permanece ao nosso lado por ordem de Deus. Foi Deus quem aí o colocou. e ele permanece por amor de Deus, desempenhando o que lhe constitui bela, mas também penosa missão. Isso porque em muitas ocasiões, ele nos aconselha, sugere e fazemos ouvidos surdos. Ele se entristece, nesses momentos, por saber que logo mais sofreremos pela nossa rebeldia. Mas não afronta nosso livre-arbítrio. Permanece à distância, para agir adiante, outra vez, em nova tentativa. Sua ação é sempre regulada, porque, se fôssemos simplesmente teleguiados por ele, não seríamos responsáveis pelos nossos atos. Também não progrediríamos, se não tivéssemos que pensar, reflexionar e tomar decisões. O fato de não o vermos também tem um fim providencial. Não vendo quem o ampara, o homem se confia a suas próprias forças. E batalha. Executa. Combate para alcançar os objetivos que pretende. Não importa onde estejamos: no cárcere, no hospital, nos lugares de viciação, na solidão, ele sempre estará presente. Esse anjo silencioso e amigo nos acompanha desde o nascimento até a morte. E, muitas vezes, na vida espiritual. E mesmo através de muitas existências corpóreas, que mais não são do que fases curtíssimas da vida do Espírito. Pense nisso! Você pode ter se transviado no Mundo. Quem sabe, perdido o rumo dos próprios passos. Pense, no entanto, que um missionário do bem e da verdade, que é responsável por você, pela sua guarda, permanece vigilante. Se você quiser, abra os ouvidos da alma e escute-o, retomando as trilhas luminosas. Ninguém, nunca, está totalmente perdido neste imenso universo de almas e de homens. Pense nisso!

A esposa anela pelo seu esposo

CÂNTICO de cânticos, que é de Salomão.
Beije-me ele com os beijos da sua boca; porque melhor é o seu amor do que o vinho.
Para cheirar, são bons os teus unguentos; como unguento derramado é o teu nome; por isso, as virgens te amam.
Leva-me tu, correremos após ti. O rei me introduziu nas suas recâmaras: em ti nos regozijaremos e nos alegraremos; do teu amor nos lembraremos, mais do que do vinho: os rectos te amam.
Eu sou morena, mas agradável, ó filhas de Jerusalém, como as tendas de Quedar, como as cortinas de Salomão.
Não olheis para o eu ser morena, porque o sol resplandeceu sobre mim: os filhos de minha mãe se indignaram contra mim, e me puseram por guarda de vinhas; a vinha que me pertence não guardei.
Dize-me, ó tu, a quem ama a minha alma: Onde apascentas o teu rebanho, onde o recolhes pelo meio-dia: pois por que razão seria eu como a que erra ao pé dos rebanhos dos teus companheiros?
Se tu o não sabes, ó mais formosa entre as mulheres, sai-te pelas pisadas das ovelhas, e apascenta as tuas cabras junto às moradas dos pastores.
Às éguas dos carros de Faraó te comparo, ó amiga minha.
Agradáveis são as tuas faces entre os teus enfeites, o teu pescoço com os colares.
Enfeites de ouro te faremos, com pregos de prata.
Enquanto o rei está assentado à sua mesa, dá o meu nardo o seu cheiro.
O meu amado é para mim um ramalhete de mirra; morará entre os meus seios.
Como um cacho de Chipre, nas vinhas de Engedi, é para mim o meu amado.
Eis que és formosa, ó amiga minha, eis que és formosa: os teus olhos são como os das pombas.
Eis que és gentil e agradável, ó amado meu; o nosso leito é viçoso.
As traves da nossa casa são de cedro, as nossas varandas de cipreste.


A rosa de saron



1 EU sou a rosa de Saron, o lírio dos vales.
2 Qual o lírio entre os espinhos, tal é a minha amiga entre as filhas.
3 Qual a macieira entre as árvores do bosque, tal é o meu amado entre os filhos: desejo muito a sua sombra, e debaixo dela me assento; e o seu fruto é doce ao meu paladar.
4 Levou-me à sala do banquete, e o seu estandarte em mim era o amor.
5 Sustentai-me com passas, confortai-me com maçãs, porque desfaleço de amor.
6 A sua mão esquerda esteja debaixo da minha cabeça, e a sua mão direita me abrace.
7 Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, pelas gazelas e cervas do campo, que não acordeis nem desperteis o meu amor, até que queira.
8 Esta é a voz do meu amado: ei-lo aí, que já vem saltando sobre os montes, pulando sobre os outeiros.
9 O meu amado é semelhante ao gamo, ou ao filho do veado: eis que está detrás da nossa parede, olhando pelas janelas, reluzindo pelas grades.
10 O meu amado fala e me diz: Levanta-te, amiga minha, formosa minha, e vem.
11 Porque, eis que passou o Inverno: a chuva cessou, e se foi:
12 Aparecem as flores na terra, o tempo de cantar chega, e a voz da rola ouve-se em nossa terra:
13 A figueira já deu os seus figuinhos, e as vides em flor exalam o seu aroma: levanta-te, amiga minha, formosa minha, e vem.
14 Pomba minha, que andas pelas fendas das penhas, no oculto das ladeiras, mostra-me a tua face, faze-me ouvir a tua voz, porque a tua voz é doce, e a tua face aprazível.
15 Apanhai-me as raposas, as raposinhas, que fazem mal às vinhas, porque as nossas vinhas estão em flor.
16 O meu amado é meu, e eu sou dele: ele apascenta o seu rebanho entre os lírios.
Antes que refresque o dia, e caiam as sombras, volta, amado meu: faze-te semelhante ao gamo ou ao filho dos veados, sobre os montes de Beter.


chrysca msg ,gifs