domingo, 17 de maio de 2009

QUEM TEM CONDIÇÕES



O perfeito entendimento entre as criaturas ainda é raro no mundo.

Os laços de genuína afinidade são tesouros preciosos, a serem carinhosamente mantidos.

Entretanto, não é possível conviver apenas com quem partilha das mesmas ideias.

Nos mais variados setores da existência, os atritos por vezes surgem.

No recesso do lar, irmãos nem sempre se entendem.

Pais e filhos têm ideais diferentes.

Esposos frequentemente não encontram um denominador comum na condução dos destinos da família.

No setor profissional, também há criaturas com as quais o relacionamento é trabalhoso e difícil.

Nessas horas críticas é que se revela o valor individual.

O primeiro impulso é o de esperar ser compreendido.

As próprias ideias sempre parecem mais acertadas do que as alheias.

As soluções que o próprio coração alvitra costumam se afigurar mais justas do que as propostas pelos outros.

O outro é que deve entender, perdoar e ceder.

Contudo, esse gênero de expectativa não costuma ser atendido.

Se ninguém se dispuser a dar o primeiro passo rumo ao entendimento, um pequeno evento pode tomar proporções desastrosas.

Quanto a quem se esforçará mais e melhor pela paz, a maturidade espiritual dos envolvidos é que decide.

Em qualquer situação, vigora o princípio de que ninguém pode dar o que não tem.

O egoísta, vaidoso e arrogante não consegue exemplificar a humildade e facultar a concórdia.

O pervertido não possui condições íntimas de vivenciar a pureza.

Tendo essa realidade em mente, procure analisar como você se comporta em situações de confronto.

Procura perdoar, compreender e auxiliar?

Ou se considera demasiado importante para abdicar de sua posição em favor da paz?

Não se trata de ganhar ou de perder, mas de aprender a respeitar opiniões diferentes.

Mesmo quando sua posição é visivelmente a melhor, há como lutar por ela sem ofender e humilhar.

Se você é cristão, seus deveres perante a humanidade são significativos.

Afinal, você precisa ser o sal da Terra e a luz do mundo.

Entre o cristão sincero e os erros do mundo trava-se há longo tempo um silencioso combate.

Só que esse combate não é sanguinolento, mas se estriba no exemplo e na compaixão.

Se o próximo é difícil, cabe-lhe conquistá-lo e gentilmente esclarecê-lo.

Quem está mais preparado para as renúncias que a harmonia social exige?

O descrente ou o idealista?

Ciente disso, torne-se um agente do bem.

Se a vida lhe oportuniza ser aquele que serve e luta pela paz, significa que você tem condições para tanto.

Não desperdice a oportunidade!


A F A C E O C U L T A

Tema: Necessidade da compaixão em qualquer julgamento

Viste o malfeitor que a opinião pública apedrejava e anotaste os comentários ferinos de muita gente... Ele terá sido mostrado nas colunas da imprensa por celerado invulgar de que o mundo abomina a presença; entretanto, alguém lhe estudou a face esquecida de sofredor e observou que ninguém, até hoje, lhe ofertou na existência o mínimo ensejo de ser amado, a fim de acordar para o serviço do bem.

Soubeste que certa mulher caiu em desequilíbrio, diante de círculos sociais que fizeram pesar sobre ela a própria condenação... Alguém, todavia, lhe enxergou a face oculta e leu nela, inscrita a fogo de aflição, a história das lutas terríveis que a acusada sustentou com a necessidade, sem que ninguém lhe estendesse mãos amigas nas longas noites de tentação.

Percebeste a diferença do companheiro que se afastou do trabalho de burilamento moral em que persistes, censurado por muitos irmãos inadvertidamente aliados a todos os críticos que o situam entre os tipos mais baixos de covardia... Alguém, contudo, analisou-lhe a face ignorada, mil vezes batida pelas pancadas da ingratidão, e verificou que ninguém apareceu nos dias de angústia para lenir-lhe o coração, ilhado no desespero.

Tiveste notícia do viciado, socorrido pela polícia, e escutastes os conceitos irônicos daqueles que o abandonaram à própria sorte... No entanto, alguém lhe examinou a face desconhecida de criatura a quem se negou a bênção do trabalho ou do afeto e reconheceu que ninguém o ajudou a libertar-se da revolta e da obsessão.

Quando estiveres identificando as chagas do próximo, recorda que alguém está marcando as causas que as produziram...
Esse alguém é o Senhor que vê o que não vemos!

Onde o mal se destaque, faze o bem que puderes. Onde o ódio se agite, menciona o amor...

Em toda parte, e acima de tudo, pensemos sempre na infinita misericórdia de Deus, que reserva apenas um Sol para garantir a face clara da Terra durante as horas de luz, em louvor do dia, mas acende milhares de sóis, em forma de estrelas, para guardar a face obscura do Planeta durante as horas de sombra, em auxílio da noite, para que ela jamais se renda ao poder das trevas!...


PAZ DE ESPÍRITO






Temos hoje, em toda parte da Terra, um problema essencial a resolver, a aquisição da paz de espírito, em que se desenvolvem todas as raízes da solução aos demais problemas que sitiam a alma.

Que diretrizes, porém, adotar na obtenção de semelhante conquista?

Usar a força, impor condições, armar circunstâncias?

Não desconhecemos, no entanto, que a tensão apenas consegue impedir o fluxo das energias criadoras que dimanam das áreas ocultas do espírito, agravando conflitos e mascarando as realidades profundas de nossa vida íntima, habitualmente manifestas.

A paz de espírito, ao contrário, exclui a precipitação e a inquietude, para deter-se e consolidar-se na serenidade e no entendimento. Para adquiri-la, por isso mesmo, urge entregar as nossas síndromes de ansiedade e de angústia à providência invisível que nos apóia.

As ciências psicológicas da atualidade nomeiam esse recurso como sendo “O poder criativo e atuante do inconsciente”, mas, simplificando conceitos, a fim de adaptá-los ao clima de nossa fé, chamamos-lhe “o poder onisciente de Deus em nós”.

Render-nos aos desígnios de Deus, e confiar a Deus as questões que nos surjam intrincadas no cotidiano, é a norma exata da tranqüilidade suscetível de garantir-nos equilíbrio no mundo interno para o rendimento ideal da vida.

Colocar à conta de Deus a parte obscura de nossa caminhada evolutiva, mas sem desprezar a parte do dever que nos compete.

Trabalhar e esperar, realizando o melhor que pudermos. Fé e serviço, calma sem ócio.

Pensemos nisso e alijemos o fardo dos agentes destrutivos de ódio, ressentimento, culpa, condenação, crítica ou amargura que costumamos arrastar no barro da hostilidade com que tratamos a vida, tanta vez arruinando tempo e saúde, oportunidade e interesses.

Fundamentemos a nossa paz de espírito numa conclusão clara e simples: Deus que nos tem sustentado, até agora, nos sustentará também de agora em diante.

Em suma, recordemos o texto evangélico que nos adverte sensatamente: “Se Deus é por nós, quem poderia ser contra!”




chrysca msg ,gifs