quarta-feira, 23 de abril de 2008

Como amo a mim mesmo?

"Respondeu-lhe Jesus:
Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração,
de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.
Este é o grande e primeiro mandamento.
O segundo, semelhante a este, é:
Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas" (Mt 22.37-40).
O mundo à nossa volta está promovendo o amor-próprio e a auto-estima.
A auto-estima é um aspecto popular da psicologia humanista,
que é baseada na crença de que todos nós nascemos bons e que a sociedade é a culpada.
Esse sistema coloca o homem como a medida de todas as coisas.
A ênfase no ego é exatamente o que começou no Jardim do Éden e
se intensifica através dos ensinos humanísticos do amor-próprio,
da auto-estima, da auto-realização e auto-etc.
Promovendo a auto-estima,
a Força-Tarefa Pela Auto-Estima na Califórnia foi
a grande responsável por introduzir a ideologia e
psicologia humanista nos setores público e privado.
(É interessante notar que, em meados de 1988,
a Força-Tarefa prestou tributo ao rei da auto-estima, James Dobson,
destacando-o em seu boletim informativo.
Além disso, seu livro Hide and Seek aparece na lista de leitura deles).
A influência da Comissão Pela Auto-Estima na Califórnia se espalhou pelos EUA.
John Vasconcellos promoveu uma iniciativa em âmbito nacional sobre a auto-estima, semelhante à que introduziu na Califórnia.
Vasconcellos deixou muito claro que o movimento da auto-estima deveria operar,
como tem feito, contra o ensino que ele considerava antiquado,
ou seja, que o homem é um pecador.
Segundo ele, havia uma dupla visão da humanidade no país:
(1) o homem como sendo pecador, e
(2) como intrinsecamente bom.
Ele declarou que esta era a questão subjacente do movimento da auto-estima.
Por não crerem em Jesus Cristo,
os humanistas seculares têm o ego como o único centro de interesse do indivíduo.
Assim podemos entender por que aqueles que não conhecem a Cristo desejam amar,
estimar e satisfazer o ego, pois é a única coisa que têm.
E qual é a desculpa da Igreja?
O que há sob toda a retórica referente ao ego é um ataque ao Evangelho de Jesus Cristo,
embora não se trate de um ataque frontal com limites de batalha claramente delineados.
Ao contrário, na verdade é uma obra engenhosamente subversiva,
não de carne e sangue, mas de principados e potestades,
de dominadores deste mundo tenebroso,
das forças espirituais do mal nas regiões celestes,
tal como Paulo explicou na parte final da carta aos Efésios.
É triste sabermos que muitos cristãos não estão alertas contra o perigo.
É incontável o número dos que estão sendo sutilmente enganados por
um outro evangelho – o evangelho do ego.
Percebemos que muita confusão tem envolvido a
Igreja professa pelo uso da terminologia popular a respeito do ego.
Em um extremo, encontramos pessoas como Robert Schuller que,
de acordo com seu livro Self-Esteem: The New Reformation,
parece ter abraçado inteiramente a postura humanista secular.
Ele abomina o termo pecador e acredita que
a pessoa deve desenvolver a sua auto-estima antes que possa conhecer a Jesus.
Ele descarta por completo o que realmente conduz o indivíduo para a cruz de Cristo.
Por outro lado, há os que,
inconscientes das implicações e da confusão que tais palavras acarretam,
vêm lançando mão desta terminologia.
Adotando e adaptando-se aos conceitos da psicologia humanista,
cristãos professos dizem que temos auto-estima, amor-próprio, valor-próprio, etc.,
por causa daquilo que somos em Cristo, mas a ideologia subjacente vem atrás.
Com o progresso da influência e da popularização da psicologia,
a ênfase em Deus foi deslocada para o ego por uma grande parte da igreja professa.
De formas muito sutis, o ego vai tomando o primeiro lugar e,
assim, a atitude de ser escravo de Cristo é substituída pela de
se fazer o que agrada e que seja para sua própria conveniência.
O amor aos outros só é praticado se for conveniente.
Com toda esta ênfase no ego,
é natural que os cristãos perguntem se é correto amar a si mesmo.
Como Jesus responderia? Embora não seja ardilosa como as dos escribas e fariseus,
a questão requer uma resposta "sim" ou "não".
O "sim" leva facilmente a toda espécie de preocupação consigo mesmo.
E o "não" conduz a um possível: "Bem,
então devemos nos odiar?
" Nem sempre Jesus respondia como esperavam seus ouvintes.
Em vez disso, Ele usava a pergunta como oportunidade de lhes ensinar uma verdade.
Sua ênfase sempre era o amor de Deus e o nosso amor a Ele e aos outros.
Lingüisticamente, em toda a Bíblia, o termo agapao é sempre dirigido aos outros,
nunca a mim mesmo.
O conceito de amor-próprio não é o tema do Grande Mandamento,
mas apenas um qualificativo.
Quando Jesus ordena amar a Deus "de todo o teu coração, de toda a tua alma,
de todo o teu entendimento e de toda a tua força" (Mc 12.30),
Ele enfatiza a natureza abrangente desse amor agapao
(amor-atitude, que vai além da capacidade do homem natural,
sendo possível exclusivamente pela graça divina).
Se Ele usasse as mesmas palavras para o amor ao próximo,
estaria encorajando-nos à idolatria.
Contudo, para o grau de intensidade de amor que devemos ao próximo,
Ele usou as palavras "como a ti mesmo".
Jesus não nos ordenou a amar a nós mesmos.
Ele não disse que havia três mandamentos (amar a Deus, ao próximo e a nós mesmos).
Ele apenas afirmou: "Destes dois mandamentos dependem
toda a Lei e os Profetas" (Mt 22.40).
O amor-próprio já está implícito aqui – ele é um fato – não uma ordem.
Nenhum ensino nas Escrituras diz que alguém já não ama a si mesmo.
Paulo afirma: "Porque ninguém jamais odiou a própria carne;
antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja" (Ef 5.29).
Os cristãos não são admoestados a amar ou a odiar a si mesmos.
Amor-próprio, ódio-próprio (que
é simplesmente uma outra forma de amor-próprio ou preocupação consigo mesmo),
e auto-depreciação (possivelmente uma desculpa para culpar a Deus por
não conceder ao ego maiores vantagens pessoais), são atitudes centradas no eu.
Os que se queixam da falta de amor-próprio geralmente estão insatisfeitos com
seus sentimentos, habilidades, circunstâncias, etc.
Se realmente odiassem a si mesmos, eles estariam alegres por serem miseráveis.
Todo ser humano ama a si mesmo.
Em toda a Escritura, e particularmente dentro do contexto de Mateus 22,
a ordem é dirigir aos outros todo o amor que o indivíduo tem por si.
Não nos é ordenado que amemos a nós mesmos.
Já o fazemos naturalmente.
O mandamento é que amemos os outros como já amamos a nós mesmos.
A história do Bom Samaritano, que segue o mandamento de amar o próximo,
não só ilustra quem é o próximo, mas qual é o significado da palavra amor.
Nesse contexto, amor significa ir além das conveniências a fim de realizar aquilo que
se julga ser melhor para o próximo.
A idéia é que devemos procurar o bem dos outros do
mesmo modo como procuramos o bem (ou aquilo que
podemos até erradamente pensar que seja o melhor) para nós mesmos
– exatamente com a mesma naturalidade com que
tendemos a cuidar de nosso bem-estar.
Outra passagem paralela com a mesma idéia de amar
os outros como já amamos a nós mesmos é Lucas 6.31-35,
que começa com as palavras: "Como quereis que os homens vos façam,
assim fazei-o vós também a eles.
" Evidentemente Jesus supunha que Seus ouvintes quisessem ser tratados com justiça, amabilidade e misericórdia.
Em outras palavras,
queriam ser tratados com amor e não com indiferença ou animosidade.
Para esclarecer esta forma de amor em contraste com a dos pecadores,
Jesus prosseguiu: "Se amais os que vos amam, qual é a vossa recompensa?
Porque até os pecadores amam aos que os amam...
Amai, porém, os vossos inimigos..."
O amor que Jesus enfatiza é o demonstrado por atos,
do tipo altruísta e não o que espera recompensas.
Dada a naturalidade com que as pessoas satisfazem suas próprias necessidades e desejos,
Jesus desviou-lhes o foco da atenção para além delas mesmas.
Essa espécie de amor pelos outros procede primeiro do amor de Deus,
e somente depois de respondermos sinceramente ao amor dEle (de todo o nosso coração,
de toda a nossa alma, de todo o nosso entendimento).
Não conseguiremos praticá-lo a não ser que O conheçamos através de Seu Filho.
As Escrituras dizem: "Nós amamos porque ele nos amou primeiro" (1 Jo 4.19).
Não podemos realmente amar (o amor-ação, agapao)
a Deus sem primeiro conhecermos o Seu amor através da graça;
e não podemos verdadeiramente amar o próximo como a nós mesmos,
sem primeiramente amarmos a Deus.
A posição bíblica correta para o cristão não é a de encorajar,
justificar ou mesmo estabelecer o amor-próprio,
e sim a de dedicar sua vida por amor a Deus e ao próximo como [já ama] a si mesmo.

Cuidado para não ser injusto

É importante para a tua existência que
estejas atento para a tentação de
te perceberes a ti mesmo sendo tratado injustamente.
Ser injusto simboliza viver em estados de confusão,
sem clareza, sem paz... Sem querer estar em paz.
A fonte deixa de jorrar em tempos onde
não estás consciente dos passos que dás.
A percepção confusa bloqueia o conhecimento.
A questão não é o tipo de confusão ou quanto ela interfere.
A sua simples presença fecha a porta à presença da luz e
a mantém desconhecida para ti.
Sem luz a vida não acontece, não floresce,
e a escuridão não tem significado algum naquilo que
precisa crescer aos olhos de Deus.
Sê atento, o tempo passa...
Não queiras abandonar-te na fúria do não conhecer, do não sentir.
Tudo que te é pedido é apenas tua boa vontade em tratar-te bem,
em cuidar-te acima de todas as coisas.
Cuidar é sinônimo de amor,de estar presente na grande
ciranda da vidaque celebra e cumpre seu destino,
mesmo quando alguns resistem e ficam para trás...

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