terça-feira, 12 de maio de 2009

REALIDADE DIVINA


Narra o gênio francês Victor Hugo que na França de 1815, vivia no sudeste daquele país, numa pequena cidade chamada Digne, um bispo de notáveis qualidades morais.

Monsenhor Bienvenu, como era conhecido, vivia no Palácio Episcopal.

Certo dia, quando caminhava a passos largos pela estrada, percebeu que, em sentido contrário, vinha uma carruagem.

Pouco depois, quando ela parou ao seu lado, ele pôde perceber a figura de um ex-senador do império de Napoleão, agora detentor do título de Conde.

Aonde vai, Monsenhor, com tanta pressa? Perguntou o Conde.

Atender a um chamado. Vou ao encontro de um pobre homem que me informaram se encontra à morte.

Ora, Monsenhor, lhe falou o Conde, o senhor é uma figura muito importante do clero francês. Não deveria estar se preocupando com pobres e criminosos. Não deveria andar a pé, pelas estradas poeirentas. Deveria dispor de sua própria carruagem.

O velho bispo o interrompeu, dizendo:

Não se preocupe, senhor Conde. Faço o que posso por aqueles que não gozam da assistência dos homens. Eles precisam do amparo de Deus.

É mesmo, atalhou o nobre. Na verdade, só os pobres precisam de Deus.

E debochando, falou:

Pelo jeito, se Deus não existir, vamos ter que dar um jeito e inventá-Lo, não é mesmo?

O religioso ignorou a observação e prosseguiu no seu caminho.



À semelhança do Conde, muitas criaturas existem que pensam assim. Deus é para os pobres, para os sofredores, para os desiludidos, aqueles que nada têm a esperar desta vida.

Contudo, apesar de tais pensamentos, Deus existe e é Pai de bondade para todos, mesmo os que afirmam não crer na Sua existência.

A existência de Deus é uma realidade comprovada pela revelação e pela evidência dos fatos. Observa-se que, no seio de povos selvagens, que nenhuma revelação tiveram, existe a crença na existência de um poder sobre-humano.

Eles veem coisas que estão acima das possibilidades do homem e deduzem que essas coisas provêm de um ente superior à Humanidade.

Deus se manifesta pelas Suas obras. Ele está em toda parte, tudo vê, a tudo preside, mesmo às mínimas coisas.

Importa-Se com todos os Seus filhos, com toda Sua criação. É por isso mesmo que Ele é onipresente, regendo o Divino concerto da natureza.


Ante as conquistas da inteligência e os trabalhos da tua vida, não esqueças de que sempre te encontras perto de Deus.

Onde te encontres, o que faças, para onde fujas, estarás sempre perto de Deus.



QUEM TEM CONDIÇÕES

O perfeito entendimento entre as criaturas ainda é raro no mundo.

Os laços de genuína afinidade são tesouros preciosos, a serem carinhosamente mantidos.

Entretanto, não é possível conviver apenas com quem partilha das mesmas ideias.

Nos mais variados setores da existência, os atritos por vezes surgem.

No recesso do lar, irmãos nem sempre se entendem.

Pais e filhos têm ideais diferentes.

Esposos frequentemente não encontram um denominador comum na condução dos destinos da família.

No setor profissional, também há criaturas com as quais o relacionamento é trabalhoso e difícil.

Nessas horas críticas é que se revela o valor individual.

O primeiro impulso é o de esperar ser compreendido.

As próprias ideias sempre parecem mais acertadas do que as alheias.

As soluções que o próprio coração alvitra costumam se afigurar mais justas do que as propostas pelos outros.

O outro é que deve entender, perdoar e ceder.

Contudo, esse gênero de expectativa não costuma ser atendido.

Se ninguém se dispuser a dar o primeiro passo rumo ao entendimento, um pequeno evento pode tomar proporções desastrosas.

Quanto a quem se esforçará mais e melhor pela paz, a maturidade espiritual dos envolvidos é que decide.

Em qualquer situação, vigora o princípio de que ninguém pode dar o que não tem.

O egoísta, vaidoso e arrogante não consegue exemplificar a humildade e facultar a concórdia.

O pervertido não possui condições íntimas de vivenciar a pureza.

Tendo essa realidade em mente, procure analisar como você se comporta em situações de confronto.

Procura perdoar, compreender e auxiliar?

Ou se considera demasiado importante para abdicar de sua posição em favor da paz?

Não se trata de ganhar ou de perder, mas de aprender a respeitar opiniões diferentes.

Mesmo quando sua posição é visivelmente a melhor, há como lutar por ela sem ofender e humilhar.

Se você é cristão, seus deveres perante a humanidade são significativos.

Afinal, você precisa ser o sal da Terra e a luz do mundo.

Entre o cristão sincero e os erros do mundo trava-se há longo tempo um silencioso combate.

Só que esse combate não é sanguinolento, mas se estriba no exemplo e na compaixão.

Se o próximo é difícil, cabe-lhe conquistá-lo e gentilmente esclarecê-lo.

Quem está mais preparado para as renúncias que a harmonia social exige?

O descrente ou o idealista?

Ciente disso, torne-se um agente do bem.

Se a vida lhe oportuniza ser aquele que serve e luta pela paz, significa que você tem condições para tanto.

Não desperdice a oportunidade!


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