sábado, 7 de junho de 2008

Eu acho que...

“Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta”. Hb 12.1
Alguém me procurou e disse: “Meu filho não deseja mais congregar em uma determinada igreja. Ele diz que o pastor tornou-se repetitivo e que muitas vezes é grosseiro. Estamos passando por alguns problemas e muitas vezes ouvimos certas coisas que nos fazem sair pior do que quando entramos”.
Eu já disse em outras mensagens que ouvir queixas contra lideres soa para mim como uma grande cilada. Tudo que me resta é ouvir com muita atenção e suplicar a Deus palavras carregadas de sabedoria para não complicar a vida da pessoa e a minha própria vida. Então procuro focar no problema. Neste caso pude perceber que o problema não era o líder, mas sim um problema familiar. Mas a conversa começa sempre com a famosa frase: “Eu acho que...”.
Filha (o) nós não vivemos daquilo que achamos ou sentimos. Nós vivemos através daquilo que sabemos. Após apontar o foco do problema procurei tratar a idéia que ela tinha daquele líder. Não para defendê-lo, mas para ajudá-la a não andar em pecado. Eu precisava colocar aquela pessoa na rampa de vôo. O escritor de Hebreus discutia no capítulo 11 a estreita relação que existe entre o treino atlético e o treino em santidade. Se Deus permite que as pessoas nos procurem para compartilhar seus dramas, então cabe a cada um de nós ensiná-los a treinar da forma certa para que eles possam “vencer as competições”, precisamos colocá-los na rampa de vôo. Então disse a pessoa o que eu sabia a respeito daquele líder e não o que achava ou sentia. Minha opinião a respeito dele não vem sendo formada por frases soltas. A minha opinião está sendo formada pelas atitudes deste homem e por duas vezes pude observar alguém disposto a ajudar e a incentivar. Então minha opinião a seu respeito não está baseada em emoções ou “achologia”, mas em atitudes.
Tenho muito receio quando alguém julga por uma frase solta. Por algo que ouviu fora do contexto e imediatamente formata a sua opinião a respeito de alguém.
A resolução de um problema pode ser iniciada com uma conversa, como sempre, mas de propósito não procuramos solucionar ali. Em vez disso, a pessoa é enviada para casa para continuar investigando até que cheguem a uma solução bíblica. Isso significa que deverão aprender a manusear pessoalmente as Escrituras para a busca da solução de seus problemas.
Nós podemos ajudar a pessoa a resolver “dois ou três” problemas representativos de uma “lista preparada” pela própria pessoa. Durante o processo, os princípios de investigação e verificação cristã são ensinados pelo exemplo e por preceito. O estímulo decorrente do êxito obtido na solução de alguns problemas ajuda a pessoa a ver que toda vez que trabalhar biblicamente em seus problemas, poderá encontrar as respostas que Deus tem para ela.
Ontem eu conversava com a turma dizendo que céu é lugar de surpresa. Contava que havia ido à exposição de Leonardo da Vince e que fiquei surpresa ao saber da declaração deste homem no final da vida e aproveitei a oportunidade para falar de algo que está registrado em livro sobre o Cazuza que ao chegar à porta do hospital em seus últimos instantes aceitou a Cristo e com isto tentava dizer à turma que nossa vida não pode ser baseada naquilo que acho, mas naquilo que eu sei e o que eu sei? Eu não posso tirar minhas conclusões por aquilo que eu acho. Dessa forma eles evitarão que ervas daninhas cresçam em seu jardim.
As soluções são alcançadas nos gabinetes pastorais ou em uma conversa com alguém de confiança, onde a pessoa é incentivada a participar cada vez mais no desenvolvimento das soluções. Há um terapeuta que após ouvir tudo o que a pessoa tem a dizer ele devolve a pergunta da seguinte forma: “E agora? O que você irá fazer?” Ele obriga a pessoa a pensar. Ele diz que geralmente a pessoa passa uma semana com aquela pergunta até que despeja no consultório o que ela tem em mente, então o terapeuta conduz a pessoa a organizar as idéias, mas ela buscou a solução.
Quando colocamos a pessoa para pensar ela se vê forçada a buscar soluções, se vê forçada a buscar respostas bíblicas e buscar o Senhor em oração. Ela não fica tão dependente de outra pessoa. Ela vai sendo treinada até que possamos colocá-la na rampa de vôo. Foi assim que Deus agiu comigo. Eu fui levada a pensar, a buscar respostas bíblicas para meus problemas.
Com tempo podemos observar que eles começam a pegar o jeito de resolver problemas biblicamente, nós os soltamos na primeira rampa de vôo. Estes fazem o seu primeiro vôo em “solo”. Quando um casal é mandado para casa para completar a solução de um problema que parece estar marchando rumo a uma solução satisfatória, pede-se-lhe que traga os resultados. Quando Paulo e eu fizemos o curso Casados Para Sempre esta tomada de decisão era sempre abordada. O casal precisa aprender a encontrar soluções juntos.
Esse é um meio de exercer a necessária pressão sobre alguns que, doutra maneira, talvez não completassem a incumbência passada para casa.
Quando ensinamos a criança a obedecer aos pais fazendo alguma tarefa, devemos nos assegurar que ela entendeu o que deve ser feito, e que não deixe para depois. Que não se deixe distrair por outras coisas. O que estamos ensinando é: “Sempre que você tomar uma decisão de fazer alguma coisa, planeje-a”. E planeje ao menos o primeiro passo.
Filha (o) é muito importante resolver primeiro problemas específicos, e depois usar as soluções como elementos ilustrativos dos princípios gerais que você precisava aprender para o futuro. Manejar questões específicas também traz esperança. Quando a pessoa vê que pelo menos em um caso lhe foi possível chegar a uma solução bíblica de um problema. Cresce, então, a esperança de que outros problemas poderão ser solucionados de maneira semelhante. A solução bíblica dos problemas logo cresce positivamente, qual bola de neve. Acima de tudo, a solução de uns poucos problemas específicos põe a pessoa em melhor posição para lutar com outros problemas, desde que o peso da culpa e da tensão causada por alguns problemas já foi aliviado. Mediante a solução de problemas específicos existentes, a pessoa aprende melhor os princípios necessários para a solução de novos problemas.
Creio que seja importante para nós aprender a ler rostos, ações e gestos, como fez Paulo. Nota-se a habilidade com que ele interpretava as reações não verbais. Em Listra costumava estar assentado certo homem aleijado, paralítico desde o seu nascimento, o qual jamais pudera andar. Esse homem ouviu falar Paulo, fixando nele os olhos e vendo que possuía fé para ser curado, disse-lhe em alta voz: Apruma-te direto sobre os pés (Atos 14.8-10).
Paulo era agudo observador. Em plena multidão, enquanto pregava, Paulo pôde distinguir um único homem que tinha fé para ser curado, e fez “fixando nele os olhos”. Vendo que possuía fé, Paulo disse: “Apruma-te direito sobre os pés”. Chega o momento em que podemos ver que a pessoa está pronta para tomar uma decisão ou para lançar-se à ação. Às vezes, todo o procedimento da pessoa indica isso. Geralmente, algum elemento específico procedimento dá a chave. Nesse momento, à semelhança de Paulo, devemos desafiar a pessoa a dar o passo seguinte, por meio da fé.
Filha (o) onde é que o seu atual comportamento pegou você? Pense nisso!
A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com vós todos.

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