quinta-feira, 20 de março de 2008

Eu também posso fazer

Saint-Exupéry narra com maestria,
em seu Terra dos homens,
quando ainda era jovem piloto,
a experiência de ter assumido o correio aéreo da África.
Quando recebeu a notícia que partiria na manhã seguinte para seu primeiro dia de trabalho, confessou que talvez não estivesse ainda bem preparado.
Expressou assim sua insegurança a um companheiro de vôos, naquela noite.
Narra o autor que seu amigo espalhava confiança como uma lâmpada espalhava luz.
Um amigo que mais tarde iria bater o recorde das travessias do correio aéreo da Cordilheira dos Andes e do Atlântico Sul.
Diz-nos Exupéry que sorrindo o mais reconfortante dos sorrisos,
ele me disse simplesmente:
“As tempestades, a bruma, a neve,
por vezes essas coisas o incomodarão.
Pense então em todos os que conheceram isso antes de você e diga assim:
o que eles fizeram eu também posso fazer.”
Usualmente os novos desafios nos trazem insegurança.
É um aperto no peito;
uma dor no estômago;
uma noite mal dormida,
onde os sonhos ficam projetando um possível insucesso.
É natural que nos sintamos assim por alguns momentos.
São momentos que ensejam uma busca por nossas habilidades,
nossas capacidades internas.
Sempre será uma chance de nos conhecermos,
quando inquirimos: Será que eu posso?
Porém, se nossa auto-estima estiver rebaixada,
ou se nosso conhecimento sobre nós mesmos for precário,
a tendência é que a insegurança reine por mais tempo.
Poderá ser tão poderosa a ponto de nos fazer desistir, retornar.
Como se a vida nos convidasse a dar mais um passo e,
ao erguermos o pé do chão,
nos sentíssemos em desequilíbrio e preferíssemos voltar a perna na posição inicial.
Por esta razão o conselho recebido pelo jovem aviador é precioso.
Quem sabe pensar em todos que já conseguiram antes de nós,
ou em todos aqueles que já passaram por isso e sobreviveram, seja grande ajuda.
O que eles fizeram eu também posso fazer.
Esta frase nos fala do potencial que todos temos,
mas também deve nos lembrar de questionar:
Como eles conseguiram?
Sim, pois vencer desafios exige sempre muita preparação,
muito esforço e grande dedicação.
Desta forma, se nos tivermos preparado,
feito nossa parte bem feita,
não há razão de temer,
não há razão para deixar que a insegurança nos domine e nos paralise.
Tempestades, brumas e neves são comuns e naturais na vida.
As intempéries são escolas de almas que buscam aprimoramento e resistência.
Elas sempre existirão.
Estão, de certa forma, fora de nosso controle ou comando.
O que está sob nosso manche é nossa aeronave Espírito,
e nossa habilidade de contornar as tempestades,
de fazer boas escolhas, de vencer a nós mesmos.
quando o Modelo e Guia da Humanidade,
Jesus, afirmou:
Vós sois deuses;
e também que Aquele que crê em mim fará as obras que eu faço e outras maiores,
Ele falava de potencial.
Conhecia profundamente a destinação de cada alma,
e que esta seria a perfeição.
Conhecia a imutável Lei do progresso,
e ousou dizer àqueles homens ainda de coração endurecido,
que no futuro, quando desejassem, seriam como Ele já era.
Era o habitante do topo da montanha,
dizendo aos que acabavam de começar a escalada,
que todos poderiam chegar no cume um dia.

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